O Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), vulgo “bazuca europeia”, é um programa de aplicação nacional, com um período de execução até 2026, que procura potenciar a retoma do crescimento económico sustentado. Este instrumento resulta do Mecanismo de Recuperação e Resiliência aprovado pela Comissão Europeia.
No total, as reformas e os investimentos absorvem 16.644 milhões de euros de financiamento do PRR, distribuídos por 13.944 milhões de euros de subvenções (84%) e 2.700 milhões de euros de empréstimos através do Banco de Fomento (16%).
O PRR visa, numa primeira fase, fortalecer a economia portuguesa, tornando-a mais resiliente e mais bem preparada para o futuro.
Tendo sido Portugal o primeiro país a ver o seu Plano de Recuperação e Resiliência aprovado, existem muitas expectativas em torno da aplicabilidade destes montantes, esperando-se, assim, que o país recupere da crise provocada pela pandemia e que o PRR seja um êxito a nível europeu.
O Plano de Recuperação e Resiliência português contempla 3 dimensões estruturantes:
Estas 3 dimensões irão agregar 20 componentes, 83 investimentos e promover 37 reformas.
O foco na resolução dos desafios relacionados com estas três vertentes permitirá ao país não só alavancar o crescimento económico, como também o seu desenvolvimento, potenciando uma melhoria das condições de vida dos portugueses, em áreas como a saúde, habitação, educação, infraestruturas e coesão territorial.
O impacto direto ao nível do crescimento será enorme; é esperado que, no médio prazo (até 2026), por cada euro atribuído pelo PRR, o retorno seja de 1,9€. Se analisarmos o mesmo rácio no longo prazo (até 2040), o retorno dispara para 5,30€.
Este é, como se sabe, um plano com aplicabilidade a nível europeu e, por esse motivo, o crescimento será “global”. Para tal, os projetos a serem financiados pelo PRR deverão ter como fator principal a sua natureza estruturante para o País.
Para além de alguns critérios habitualmente verificados nos projetos financiados pelo Portugal 2020 e outros instrumentos de financiamento, nomeadamente no que respeita à viabilidade financeira, inovação, intensidade das exportações, etc., o acesso ao PRR estará dependente de dois aspetos estruturantes principais:
Existem alguns fatores que podem ser encarados como desafios neste plano, nomeadamente:
Podem concorrer a estes fundos europeus Pequenas, Médias e Grandes empresas, sendo que, para estas últimas poderá ser necessário cumprir alguns critérios de elegibilidade adicionais, nomeadamente no que concerne à respetiva viabilidade financeira.
Também serão alvo de contemplação no PRR a Administração Pública, incluindo autarquias locais, bem como associações públicas ou privadas.
Não será possível ver os projetos totalmente financiados.
Apesar do financiamento assumir a forma de subvenção ou, se quisermos, de fundo perdido, existe um limite máximo de financiamento que varia de acordo com a tipologia do projeto, atendendo aos limites que estão definidos nos regulamentos de auxílios do estado.
A diferença para o limite de financiamento atribuído pela UE deverá ser assumida, em parte, com recurso a capitais próprios e o restante com recurso a financiamento bancário.
Os desembolsos previstos para o PRR serão distribuídos segundo o seguinte calendário:
Este calendário poderá ser objeto de atualizações, tendo em conta o timing de contratualização dos fundos entre a Missão Recuperar Portugal (responsável pela aplicação do PRR em território luso) e a Comissão Europeia.
Neste momento, já se encontram abertos alguns avisos com interesse para as empresas, nomeadamente no que respeita à descarbonização da indústria e à criação de bairros comerciais digitais.
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